sexta-feira, 22 de maio de 2009

Novo "Batman" empolga e surpreende; UOL testou










Quando anunciado em agosto do ano passado, o game de ação "Batman: Arkham Asylum" foi recebido com um misto de expectativa e apreensão. O filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" havia estreado há pouco tempo nos cinemas e não teve game acompanhando o lançamento, sinal de que talvez não houvesse demanda por um novo jogo do Homem-Morcego.

Da mesma forma, as produtoras envolvidas não inspiravam muita confiança, como a Eidos, que então não apresentava boa saúde financeira, e o estúdio novato Rocksteady com poucos registros notáveis no currículo - sendo o principal trabalho da equipe britânica o mediano "Urban Chaos: Riot Response".

Pelo lado positivo, o título possui grandes nomes envolvidos no projeto. O roteiro é assinado por Paul Dini, roteirista renomado por diversos gibis e desenhos animados da DC, notavelmente o seriado conhecido aqui no Brasil como "Batman: A Série Animada". Por sinal, os dubladores originais do desenho repetem o trabalho aqui, com destaque para Kevin Conroy, conferindo voz imponente a Batman, e Mark Hamill, ator eternizado pelo papel de Luke Skywalker no cinema que aqui faz impecável atuação do vilão Coringa.

A convite da Warner Bros., tive oportunidade de jogar por cerca de duas horas uma versão prévia da edição para PlayStation 3 de "Batman: Arkham Asylum". Ao que tudo indica, o lado heróico do Morcegão será forte o bastante para bater o pessimismo que assombra o game.

Santas referências, Batman!

"Arkham Asylum" acerta em cheio ao tomar emprestado diversos elementos de vários games e franquias de sucesso. Jogada arriscada pois poderia render um título fragmentado, composto de boas ideias, porém mal executadas - uma espécie de colcha de retalhos. Contudo, sobrou competência para a Rocksteady equilibrar essas inspirações e conferir personalidade própria à jornada do Cavaleiro das Trevas.

A história começa com Batman escoltando Coringa para a prisão de Arkham após capturá-lo. O herói suspeita da facilidade com que conseguiu pegar o palhaço e acerta na desconfiança: tudo não passa de uma armadilha do vilão que prende o herói dentro do lugar e ainda por cima liberta todos os detentos - incluindo vilões memoráveis, tais quais Bane e Hera Venenosa. No controle do Morcegão, o objetivo é por fim ao plano do Coringa e salvar as pessoas inocentes que encontrar pelo caminho.

Logo de cara, a inspiração mais clara (e já atestada pelos produtores) é "BioShock". A direção de arte sombria e requintada do jogo de tiro em primeira pessoa ecoa em todos os corredores de Arkham, resultando em um ambiente vívido e detalhado.

A atenção a minúcias é impressionante, incluindo efeitos de luz realistas, sujeira pelos cenários, texturas bem definidas e uma composição de ambientes inteligente. Certas partes dão a impressão de que não se trata de um lugar construído especificamente para um jogo, mas a recriação de um edifício real.

Por se tratar de um jogo de ação, "Arkham Asylum" apresenta grande foco nos combates. A referência aqui são os jogos das séries "Prince of Persia", "Splinter Cell" e "God of War". Batman apresenta agilidade e fluidez de movimentos dignas do príncipe árabe. O herói geralmente é encarado por grupos de no mínimo três bandidos (mas há bandos com o dobro disso e até mais) e os controles contribuem para enfrentá-los com facilidade.

Não há sistema de trava de mira, mas nem faz falta: basta apontar na direção do inimigo e atacar para Batman golpear na direção dele, bastando mudar a direção para o Morcegão seguir o comando e emendar uma investida naquela direção.

Tal qual em "Prince of Persia", as lutas exigem atenção às dicas visuais dos adversários. Batman dispõe de três comandos básicos nas lutas: ataque, contra-ataque e golpe com a capa (que atordoa os oponentes). Cada um é mais eficiente para vencer determinados tipos de investida, aplicando certa dose de estratégia às lutas. Ou seja, lutar é fácil e divertido, mas não dispensa uma dose de desafio inteligente.

O lado "Splinter Cell" transparece de forma sutil na possibilidade de eliminar inimigos sorrateiramente. Elementos do cenário podem ser usados para se esconder - como gárgulas nas paredes e buracos no chão - e assim nocautear os bandidos de forma silenciosa.

Do guerreiro espartano Kratos, de "God of War", vem um sistema de evolução de habilidades. Combos rendem pontos de experiência. Acumule bastante e adquira um nível, o que por sua vez permite comprar uma nova melhoria para Batman. A seleção vai desde mais energia até golpes inéditos.

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